Conseguem ser tão exageradas que ultrapassam as nossas capacidades de expressão. Conseguem ser tão, tão, tão... que não temos outro remédio senão exagerar.
Exageramos porque aumentamos. Exageramos porque diminuímos. Exageramos porque comparamos de modo pouco razoável. Exageramos para que nos percebam, para que vejam o que vemos, para nos fazermos entender.
As hipérboles têm isso de fantástico. São ferramentas simples e fáceis de usar que nos ajudam a representar o mundo à sua própria medida. São tesouras, serrotes, agulhas e linhas que nos ajudam a construir para o mundo as roupas certas, no tamanho exacto, nem grandes, nem pequenas.
Dizem que as hipérboles são exageros, mas é mentira (são os exagerados que dizem isso): as hipérboles são até muito razoáveis. São elas que chegam lá quando as palavras não nos chegam. São elas que se esforçam, que dão o litro, que dão a cara e, muitas vezes, até, que passam por exageradas.
Se for preciso põem-se em bicos dos pés, esticam os braços até aos tendões chiarem, põem a língua de fora até o freio dar de si, mas, bolas, chegam lá. Dizem aquilo que queremos dizer, na justa medida, sem exageros.
Porque a verdade, verdadinha é que o mundo é que exagera, as hipérboles não.'
ESTÁS GORDO QUE NEM UM POTE.
1 comentário:
Está genial.
Foste tu quem escreveu?
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